Oito dimensões do design thinking capturam diferenças importantes na forma como gestores e designers realizam seu trabalho e tomam decisões.
PROPÓSITO
O propósito dos designers é tornar a vida melhor para os usuários.
Muitos gestores argumentariam que é disso que também tratam os negócios. Mas, para designers, melhorar a vida dos usuários é um fim e não um meio de obter lucro para os acionistas.
COLABORAÇÃO
Designers funcionam melhor quando colaboram entre silos funcionais e podem ver a organização da maneira que o usuário a vê.
Os gerentes, por outro lado, tendem a ver sua organização de onde estão e podem ficar míopes para uma visão mais ampla.
ESTILO DE TRABALHO
Gerentes supervisionam as hierarquias de pessoas em funções predefinidas.
Designers são mais livres: formam equipes conforme a necessidade para resolver determinado problema.
PROCESSO DE PENSAMENTO
Os gestores se dão bem no raciocínio dedutivo (aplicar uma regra geral a uma situação específica) e no raciocínio indutivo (inferir uma regra geral a partir da observação de situações específicas).
Em ambos os casos, as decisões requerem informações concretas e confiáveis e os gestores podem ficar desencorajados quando não as possuem.
Em tais situações, no entanto, os designers brilham. Eles são hábeis em raciocínio abdutivo - considerando a melhor explicação a partir de informações incompletas.
GERAÇÃO DE CONHECIMENTO
Gerentes tendem a entender seus clientes por meio de dados quantitativos, que informam o quê, quando e como as pessoas compram.
Os designers coletam informações qualitativas de histórias em primeira mão sobre como elas vivem.
Mas como muitas organizações enfatizam a análise quantitativa, as narrativas descritivas podem ser descartadas como anedóticas e carentes de rigor.
RESTRIÇÕES
Muitos gestores encaram as restrições (exemplo: custo, tecnologia, regulamentos ou tempo) como barreiras que limitam as soluções potenciais para um problema.
O designers tendem a acolher restrições como um catalisador para a criatividade.
FALHA
Para os designers, o fracasso é um passo essencial para descobrir a resposta certa.
Em muitas organizações, a perspectiva de fracasso causa ansiedade dos gestores, que podem temer que um projeto saia dos trilhos.
WORKFLOW
Designers se especializam em pesquisas, o que os leva a questionar suposições básicas sobre como os negócios são conduzidos. É o trabalho deles.
Por outo lado, os gestores tendem a favorecer o aproveitamento: resultados eficientes e rentáveis que podem ou não resolver os problemas dos clientes.
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Em resumo, as formas de pensar e trabalhar que tornam os gestores bem-sucedidos geralmente diferem daquelas que melhor atendem aos designers. Um caminho não é melhor que o outro, e cada um tem seu lugar. E você, se enxerga mais em qual perfil?
Conteúdo extraído do artigo "O design thinking pode funcionar na sua organização?", de David Dunne, Jan Kietzmann e Theresa Eriksson, para a 13a edição da MIT Sloan Management Review Brasil.
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