sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

R.I.P Home Office? Semana de Quatros Dias

 R.I.P Home Office? Semana de Quatros Dias


Nicholas Maciel Merlone


Publicado originalmente em nossa coluna do Jornal O DIASP, em 23 jan / 2024.


Em matéria de novembro de 2023, a VC S/A, traz, como reportagem de capa, que o “número de dias da semana em home office, caiu 40% no mundo, e quase 50% no Brasil, desde 2022. Entre as novas vagas, a imensa maioria é totalmente presencial. Enquanto o modelo remoto perde o gás, porém, outra ideia se levanta: a da semana de quatro dias.” Porém, antes de avançar, deve-se dizer que, para nós, o ideal se trata do modelo híbrido.


Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Como argumentos, o teletrabalho economiza tempo e dinheiro para não ter de se locomover até a empresa ou ao escritório. Todavia, tem-se menor interação com os colegas. Ou ainda, o regime presencial fortalece um controle maior da cultura da firma, contribuindo para a cooperação entre as pessoas.


Quanto à produtividade, alguns argumentam ser mais produtivos na residência, já que ficariam menos estressados. Contudo, isso não necessariamente confere uma performance melhor. Segundo pesquisas, quem trabalhava em casa era 18% menos produtivo. Por outro lado, conforme uma pesquisa de Harvard, em se tratando de regime híbrido, a história difere.


Os trabalhadores que frequentavam a empresa só duas ou três vezes por semana, tinham melhor desempenho do que os que estavam 100% presenciais. Com efeito, o retorno à firma terá impactos densos no mercado de trabalho global. Sem contar com o critério geográfico, já que muitas pessoas se mudaram para outras cidades mais distantes e, com a exigência do trabalho presencial, muitas preferiram pedir demissão a ter que se mudar.


Outro ponto de atrito se trata da inclusão no mercado de trabalho, destacando-se, assim, a diversidade, como pessoas com deficiência, que poderiam trabalhar remotamente, tendo suas vidas facilitadas. Ainda pode-se falar das mulheres com filhos, de modo que a jornada híbrida permitia a elas conduzir melhor a dupla jornada. Porém, não é o fim. Não é possível afirmar que o home office se foi de vez Realmente, a persistência no trabalho exclusivamente presencial “pode ser um tiro no pé das empresas quando o assunto é atração e retenção de talentos.”


É necessária, assim, a adoção de modelos mais flexíveis de trabalho, para atrair melhores talentos. De fato, o regime híbrido é fato e não tem como ignorar isso. Por outro lado, cabe o debate não apenas do modelo de trabalho, mas, sim, da duração dele. “Pois é: a ideia de trabalhar apenas quatro dias por semana vem ganhando força, e pode ser a grande nova tendência da flexibilidade nos escritórios.” Realmente, “quintar na sexta sempre pareceu uma utopia. Mas isso está mudando.”


A ideia surgiu da leitura de um artigo da Economist, quando se notou que vários empregados somente eram produtivos por entre uma hora e meia e três horas por dia, daí seria possível reduzir a jornada sem prejuízos ao escritório, primando “em cortar as horas improdutivas”. Assim, diversas empresas focadas em bem-estar corporativo decidiram testar o modelo nelas próprias. Vale dizer que, entre as firmas que participaram, existe grande diversidade de tamanho e área.


Com efeito, a adoção de uma semana de quatro dias parece dar certo. E existem evidências científicas. Os participantes dos testes possuíam “liberdade para combinar com os gestores a organização da rotina semanal, incluindo tirar um dia inteiro de folga.” A performance se manteve inalterada, enquanto os níveis de estresse despencaram e a qualidade da saúde mental aumentou. Isso fez com que o próprio governo passasse a incentivar a jornada mais curta.”


Numa testagem, “15% chegaram a dizer que não voltariam para a semana de cinco dias nem por um salário maior. O turnover despencou 52%.” Com razão, “colaboradores menos estressados, mais saudáveis e engajados produzem mais, a ponto de compensar.” Isso obriga aos empregados reverem “o modo de produção, cortando horas inúteis e focando no aumento da produtividade.”


É preciso otimizar as reuniões improdutivas, “com pautas e tempo de duração bem definidos, só incluir quem realmente é necessário na conversa e substituir informes e esclarecimentos que não precisam de debate por e-mails ou mensagens de texto.” Seria preciso cortar o cafezinho? Não! É necessário “pausas e momentos de interação com os colegas.” “



A chave é a adaptação: nem toda empresa precisa, necessariamente, fechar na sexta, como é mais comum. O dia de folga pode ser outro”. Essa ideia de semana de quatro dias está se tornando mais interessante do que o trabalho remoto. Porém, creio que seja melhor combinar o regime híbrido com a semana de quatro dias, por exemplo, com 2 dias presenciais e 2 remotos, com um intervalo na quarta-feira, para realizar outras atividades, culturais, educativas, acadêmicas ou de aperfeiçoamento e atualização profissional. Finalmente, isso tudo requer alterações na legislação trabalhista, e ainda, poderá estimular o consumo, gerando maior desenvolvimento sustentável e econômico para o país.

Outras Ferramentas de Diagnóstico

1 - Matriz de Causa e Efeito ;  2 - Matriz RACI ;  3 - Matriz GUT ;  4 - Focus Group ; 5 - PDCA ; 6 - Pesquisa de Clima Organizacional . Boa...