terça-feira, 21 de maio de 2024

Breve Resenha do artigo Gestão De Conflitos Entre Gerações: Ampliação De Um Estudo

 Por Nicholas Maciel Merlone

Professor na Pós-graduação do Senac de Gestão Estratégica de Pessoas, desde 2014. Mestre em Direito pelo Mackenzie. Bacharel em Direito pela PUC/SP. Autor de vários artigos, ensaios e resenhas em revistas especializadas e periódicos científicos. Pesquisador, Articulista, Advogado e Escritor. Instagram: @gepadm025. Fale comigo: nicholas.merlone@gmail.com


Como citar: MERLONE, Nicholas Maciel. Breve Resenha do artigo Gestão De Conflitos Entre Gerações: Ampliação De Um Estudo (Elisabeth Roman Monteiro; et al) maio / 2024. https://gepadm.blogspot.com/. Acesso em: <...>.



Baixe e leia  o artigo na íntegra aqui!


Baixe a resenha aqui!


Vamos abordar nesta breve resenha o artigo Gestão De Conflitos Entre Gerações: Ampliação De Um Estudo; de autoria de Elisabeth Roman Monteiro, Faculdade Piaget/Campus Suzan; Paulo Eduardo Ribeiro, Faculdade Piaget/Campus Suzano; Fatima Aparecida Pighinelli Azar, Universidade Metodista de São Paulo; e Sônia Marques Universidade Metodista de São Paulo.


A pesquisa em pauta mira ressaltar as mais relevantes características das gerações que se situam no mercado de trabalho, atualmente, bem como se a liderança pode (ou não) ajudar na gestão dos conflitos que podem surgir. 


Hodiernamente, as empresas procuram por diversidade e seus funcionários por constituírem distintas gerações, têm crenças, valores e entendimentos diversos. A diversidade de gerações é possível que seja uma estratégia no interior das empresas, uma vez que aliados os conhecimentos das gerações pode-se ter visões distintas de um mesmo caso. 


Por outro prisma, é possível adotar uma estratégia negativa, porque reflexões distintas podem ocasionar conflitos nas equipes. Frente a isso, importa que os líderes e todos na empresa entendam as características das gerações, com a meta de aproveitar o que cada geração tem de melhor. 


Na investigação, os autores apresentaram um questionário em que líderes da Geração X e liderados da Geração Y evidenciam suas mais importantes características, bem como se é viável juntar as gerações preservando um bom relacionamento. 


O trabalho procurou examinar todos os questionamentos, partindo do ponto de vista de 100 pessoas, dos dois sexos, de distintos setores de atuação e que tiveram ou não sujeitos hierarquicamente abaixo deles, de modo a caracterizar que preencheram ou não funções de liderança para ter ciência de qual a percepção de cada um deles acerca do tema. 


Igualmente, adotou-se uma revisão bibliográfica, partindo do uso de material disponível para pesquisa (livros, artigos, teses, dissertações, dentre outros) em fontes tidas como seguras, tais como, Medline, Lilacs, Bireme, Scielo, Google Acadêmico, Biblioteca das Universidades Federais, dentre outras. 


Finalmente, os resultados obtidos possuem como meta a ampliação e a fundamentação conceitual sobre o assunto, auxiliando, então, com os estudiosos ou outros indivíduos que de alguma forma possuam interesse no tema. Pois bem! Avante!


O ponto nevrálgico da pesquisa se trata da gestão dos conflitos entre as gerações no âmbito das empresas, e possui como meta verificar as estratégias usadas pelas lideranças e pelos integrantes de equipes para gerir conflitos Inter geracionais. 


Os autores escolheram esse assunto pelo fato de os conflitos entre gerações se tratarem de um tema atual e vivido todos os dias, tanto nas esferas familiar e social, como, principalmente, também no âmbito de trabalho. 


Caso as organizações escolhessem contratar sujeitos de uma só geração, seria  até possível coibir o conflito entre gerações, mas, não aproveitariam o ponto positivo que os conflitos podem oferecer. Isto é, a procura por uma compreensão comum que se configure como o melhor e, além disso, buscando trazer bons resultados para as empresas.


Ademais, as organizações, desse modo, limitariam o desenvolvimento oriundo de relações com as distintas visões, bem como percepções que cada geração tem. No planeta globalizado em regular transformação, as empresas necessitam, com constância, se atualizar e para tanto oferecem oportunidades para jovens talentos ou não apresentarem seu potencial e se desenvolverem. 


Nesse panorama, segundo os autores, o grande desafio das organizações se trata de concretizar com que distintas gerações trabalhem em cooperação e com sinergia, de forma que cada equipe colabore com suas características para atingir suas metas. 


Este assunto ressaltou-se de tempos para cá, porque o conflito entre gerações se torna mais visível nas relações de trabalho. De forma que é relevante entender as diferentes características das gerações, o que ajudaria a reduzir possíveis conflitos entre os empregados. 


A pesquisa descreve também o perfil de cada geração no cotidiano das empresas, bem  como os grupos podem balancear as divergências entre elas, objetivando o crescimento da satisfação dos empregados, gerando maior motivação e comprometimento. 


No capítulo Tipos de Gerações os autores apresentam as gerações Baby Boomers (explosão de bebês, que aconteceu depois da Segunda Grande Guerra), X, Y, Z e Alfa. 


Aqui uma observação. Em que pese o artigo afirmar que  as duas últimas gerações ainda não estavam inseridas no mercado corporativo, atualmente, somente a geração Alfa não se encontra inserida no ambiente de trabalho. Mesmo assim, tem-se como relevante compartilhar as características da geração Z que já está trabalhando e da geração Alfa que estará presente no futuro nas empresas. 


Para além dos tipos de gerações, é crucial ter a claro que um conflito não necessariamente seja alguma coisa negativa no âmbito da corporação e, assim, deve-se ter a compreensão acerca das classificações das modalidades de conflitos que existem e que possibilitarão uma posição adequada diante de cada tipo de conflito. 


Tão relevante quanto entender as características de cada geração e as modalidades de conflitos que existem é demonstrar o papel da liderança na gestão desses conflitos. Um líder tem a habilidade de influenciar os colaboradores, de forma que esses começam a se comportar conforme a proposta da liderança, caminhando ao propósito da organização. 


No trabalho foram demonstrados os estilos de liderança e o papel dos gestores de cada geração nos casos de conflito. A função dos gestores de cada geração nos casos de conflito tem ligação direta com a sua característica de comportamento e, objetivando  um entendimento mais amplo acerca do perfil dos líderes, foi proposto um questionário para verificar os pontos positivos e os pontos a serem aprimorados nessas gerações no ambiente de trabalho.


O conflito integra o dia a dia em todas as relações. É essencial, assim, destacar que um conflito não necessariamente se trata de um ponto negativo sem resolução. Partindo dele, pode-se visualizar outros caminhos, ao promover o aprendizado que conduzirá ao crescimento pessoal ou ainda profissional. 

No mercado corporativo, frisa-se mais facilmente o conflito entre as gerações Baby Boomers, X e Y, que se tratam das gerações mais marcantes no ambiente de trabalho. Cada geração constitui-se num tempo diferente e tem características distintas. 


A geração Baby Boomers, por exemplo, tem profissionais leais à empresa, experientes e comprometidos. Enquanto isso, os sujeitos da geração X tendem a ser leais à corporação em que trabalham e procuram estabilidade financeira. Já os componentes da geração Y tendem a ser inovadores e com amplo conhecimento tecnológico. 


O maior desafio dos administradores é balancear distintas gerações, com características diferentes no mesmo grupo, intermediando os conflitos que possam vir a ocorrer, para que trabalhem juntos, para atingir a meta da corporação. 


Os trabalhadores atuais estão cada vez mais qualificados. Todavia, para crescimento profissional é preciso aprendizado que pode ser adquirido, por meio de estudos e experiência. 


Desse modo, os autores pontuam que numa esfera corporativa, com diversidade de gerações, torna-se o grupo mais experiente e inovador, produzindo um aprendizado frequente, para os sujeitos que a integram. 


Para isso, ou seja, para que a convivência com profissionais de distintas gerações seja uma experiência exitosa, é necessário que a liderança seja eficiente. Com isso, releva citar a importância da função do líder, já que ele se trata de uma referência para os seus liderados, bem como conciliador de conflitos. 


Portanto, o líder deve saber agir com estilo de liderança situacional. Tão relevante quanto a postura da liderança para exercer seu papel na solução do conflito, trata-se da posição para evitá-lo. Tal gestão tem relacionamento direto com as características comportamentais de cada liderança. 


Assim, o líder possui uma função essencial para coibir e resolver os conflitos Inter geracionais. Para tanto, requer entender as características de cada geração, procurando o  relacionamento saudável e atingir os resultados com seu grupo. 


Por sua vez, as gerações Z e Alfa -, na época em que o artigo foi escrito, as duas estavam fora do mercado de trabalho. Hoje, a Z já se encontra trabalhando, enquanto a Alfa, não. Mesmo assim, as duas foram mencionadas no trabalho, com a meta de apontar as características dos profissionais do amanhã, cada vez mais conectados em tecnologia, com poder de executar várias atividades simultaneamente. Porém, com dificuldade de concentração. 


Conforme o estudo citado no trabalho, pode-se notar que a vivência entre os sujeitos das gerações X e Y pode ser um enorme desafio no âmbito interno das empresas. Mas, as duas gerações concordam que, para trabalhar juntas, devem manter um relacionamento saudável, sendo preciso procurar o equilíbrio entre as visões de mundo e romper paradigmas. 


Como o resultado do estudo pontuou, gerir as características diferentes de cada geração pode conduzir a um resultado benéfico à equipe e à empresa. Igualmente, será possível existir um ambiente saudável, com chances de um desempenho melhor e, por resultado, maior produtividade. 


Dessa forma, parece ser viável, segundo os autores, concluir que os indivíduos, e, por que não mencionar as empresas, entendem que a diversidade das gerações é necessária e, por isso, tendem a investir nessas contratações. Isto como causa do entendimento de que os resultados da corporação poderão ser de forma direta impactados de modo satisfatório.


Outrossim, parece igualmente que o amanhã das empresas se encontra diretamente conectado a equilibrar as distintas gerações no mercado de trabalho, aproveitando o que cada geração pode dispor de melhor. 


Outro tópico relevante a notar é que independentemente da geração que a pessoa se encaixa, pode-se achar características da geração Y em sujeitos da geração Baby Boomers e X. Isto é cabível por causa do enorme número de dados que os profissionais dessas gerações necessitam consumir para que permaneçam atualizados para o mercado corporativo. 


Por meio desta investigação, pôde-se entender melhor os perfis de cada geração e constatar a relevância da participação dos líderes na solução dos conflitos geracionais. Não existe, no entanto, conforme os autores, a pretensão de que esse tema se exaure depois dos resultados demonstrados, até mesmo porque, como vimos, a geração Z, atualmente, já se encontra trabalhando, o que não ocorria na ocasião da publicação do artigo. 


Portanto, o que os autores esperam na realidade é que outros estudiosos possam, partindo deste trabalho, engrandecer seus resultados, partindo de outros pontos de vista. Finalmente, os autores deixam como sugestão aos futuros estudiosos ou interessados no tema, referir-se ao aprofundamento dos pontos metodológicos, levando em conta, como exemplo, um número maior de participantes, quem sabe de distintos estados ou, até mesmo, países para com isso poder-se compreender se ao deixar um eixo específico as tendências se preservam ou se alteram. Tais ações podem vir a demonstrar uma maior contribuição com o assunto tratado pelos autores e, desse modo, o que os autores esperam é que seja viável  aprimorar ainda mais a interpretação dos dados apresentados.. 


Por fim, nesta breve resenha, não pretendo substituir a leitura do artigo dos autores e mais, sugiro para pesquisadores interessados, que investiguem a inserção da geração Z no mercado de trabalho e suas relações com as demais gerações anteriores, uma vez que, como dito, na época de publicação do artigo tal geração não se encontrava inserida no mercado corporativo.


Referência Bibliográfica


Elisabeth Roman Monteiro, Paulo Eduardo Ribeiro, Fatima Aparecida Pighinelli Azar y Sônia Marques (2016): “Gestão de conflitos entre gerações: ampliação de um estudo”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/caribe/2016/11/conflitos.html

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Breve Resenha do artigo Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso?

 Breve Resenha do artigo Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso?


Por Nicholas Maciel Merlone

Professor na Pós-graduação do Senac de Gestão Estratégica de Pessoas, desde 2014. Mestre em Direito pelo Mackenzie. Bacharel em Direito pela PUC/SP. Autor de vários artigos, ensaios e resenhas em revistas especializadas e periódicos científicos. Pesquisador, Articulista, Advogado e Escritor. Instagram: @gepadm025. Fale comigo: nicholas.merlone@gmail.com


Como citar: MERLONE, Nicholas Maciel. Breve Resenha do artigo Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso? (Luiz Alex Silva Saraiva e Hélio Arthur dos Reis Irigaray) maio / 2024. https://gepadm.blogspot.com/. Acesso em: <...>.


Leia o artigo na íntegra aqui! Boa leitura!


Baixe a resenha aqui!


+++


O artigo Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso?, publicado na plataforma Scielo, é de autoria de Luiz Alex Silva Saraiva, Centro Universitário UNA, Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis , Instituto de Educação Continuada, e Hélio Arthur dos Reis Irigaray, Universidade do Grande Rio, Programa de Mestrado Acadêmico e Graduação.


O presente trabalho, em exame, objetiva analisar a efetividade da implantação de políticas de incentivo à diversidade em filiais brasileiras de uma organização multinacional. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo, com base em documentos oficiais e funcionários que representam minorias e não minorias nos escritórios da firma, em RJ e SP. Tal material foi examinado através da análise de discurso. Todavia, os resultados apontam contradições entre discurso e prática. Isto é possível que se dê, por causa de enraizados preconceitos dos próprios funcionários, além de certa permissividade no âmbito gerencial, bem como a um direcionamento das políticas de incentivo à diversidade e inclusão, mais direcionadas para o mercado do que para as demandas sociais. As principais contribuições se ligam à concretização das políticas organizacionais sob vários prismas (organização, minorias e não minorias), um debate sobre a efetiva relevância dos colaboradores para as empresas.


Segundo os autores (SARAIVA & IRIGARAY apud IRIGARAY, 2008), as empresas “”têm sido historicamente abordadas como entidades assépticas em que os indivíduos convivem de forma funcional e neutra em prol de objetivos econômicos.” Para eles, a indagação “deste modelo de administração revela sua negligência quanto à convivência de indivíduos de distintos segmentos psicográficos e estilos de vida na organização, que, para sobreviver, muitas vezes se calam, escondendo-se sob a impessoalidade profissional.”

O assunto da diversidade vem se firmando na agenda empresarial em todo o globo terrestre, principalmente por causa das distinções na força de trabalho. Características “como gênero, etnia, orientação sexual, idade, crença religiosa ou limitações físicas, por exemplo, assinalam a heterogeneidade” (SARAIVA & IRIGARAY apud ALVES; GALEÃO-SILVA, 2004; FLEURY, 2000; NKOMO; COX, 1994), 


Isto demanda práticas que conciliam lucro e justiça social (SARAIVA & IRIGARAY apud ROBINS; COULTER, 1998). Partindo da década de 80, a diversidade surgiu como um dos mais profícuos assuntos em pesquisas empresariais (SARAIVA & IRIGARAY apud GALVIN, 2006), “em parte pela perspectiva de que a inclusão de minorias historicamente discriminadas melhoraria o ambiente de trabalho, tornando-o mais diversificado e democrático, mas como tratar diferentes com igualdade” (SARAIVA & IRIGARAY apud CALÁS; SMIRCICH, 1992)


A pesquisa em tela guia-se pela indagação a seguir:” o quanto é efetiva a implementação de políticas de estímulo à diversidade em filiais brasileiras de uma empresa multinacional?” Referida indagação se fundamenta à proporção  que existem lacunas nas pesquisas acerca de políticas de gestão da diversidade no Brasil (SARAIVA & IRIGARAY apud ARANHA E OUTROS, 2006). 


Além disso, aprimorando a compreensão da concretização da política de diversidade da empresa eleita pode conduzir a sugestões para aprimorar a qualidade de vida dos colaboradores (SARAIVA & IRIGARAY apud PAUCHANT, 2006), bem como a aprimoramentos no desempenho organizacional (SARAIVA & IRIGARAY apud MORIN, 2005). 


Os debates põem em evidência a diversidade como matéria “de formalização versus de práticas nas organizações, pois não é suficiente que haja orientações formais se não há coibição de comportamentos que as desrespeitem.”


Para tanto, para averiguar e constatar as discrepâncias entre diálogo (discurso) e prática quanto à diversidade, foi realizado um estudo de caso com colaboradores das filiais de Rio de Janeiro e São Paulo, de uma multinacional.


O estudo em pauta investiga a concretização da implantação das políticas de incentivo à diversidade nas filiais nacionais de uma organização multinacional. Para isso, foram pesquisados documentos oficiais e entrevistados funcionários de minorias e de não minorias, de modo que os dados foram tratados através da análise do discurso. 


Os resultados mais relevantes demonstram que os discursos empresariais na organização, apesar de evidentes em políticas empresariais, não produzem muitos efeitos por causa do preconceito enraizado dos colaboradores, a permissividade dos gerentes e à falta de senso coletivo de diversidade. 


Minorias e não minorias apresentaram preconceito e atitudes discriminatórias entre si, provando dificuldades no respeito às suas diferenças. Em que pese as políticas lhes fornecerem um papel específico no processo, os gerentes apresentam preconceito cristalino ou velado, afetando a concretização das políticas nas filiais. Nos escritórios estudados, existe discrepância entre o discurso e as práticas de diversidade.


Finalmente, para as organizações, entender e assimilar a elaboração e a implantação de políticas organizacionais se liga ao esclarecimento de uma função além do âmbito econômico. Características “como relações de trabalho, ética, diferença e legitimidade demandam mais do que formalizar intenções”, afirmam os autores. “As implicações deste estudo em relação à sociedade se referem ao seu papel de monitoramento das organizações e de suas práticas. Enveredar por tais implicações constitui uma agenda de pesquisa, que pode incluir as funções sociais do humor, os custos da discriminação, bem como eventuais avanços nos aspectos aqui apontados, o que pode incluir estudos baseados em estatísticas.”, concluem e encerram os autores.


segunda-feira, 13 de maio de 2024

Conflito de gerações no trabalho: o que é e como lidar

 

Leia aqui!

Boa leitura!

Gestão de equipes de alta performance: 9 estratégias para melhorar seus resultados

 


Leia aqui!

Boa leitura!

Resenha da Obra Equipes de Alta Performance

 Por Nicholas Maciel Merlone

Professor na Pós-graduação do Senac de Gestão Estratégica de Pessoas, desde 2014. Mestre em Direito pelo Mackenzie. Bacharel em Direito pela PUC/SP. Autor de vários artigos, ensaios e resenhas em revistas especializadas e periódicos científicos. Pesquisador, Articulista, Advogado e Escritor. Instagram: @gepadm025. Fale comigo: nicholas.merlone@gmail.com


Como citar: MERLONE, Nicholas Maciel. Resenha da Obra Equipes de Alta Performance (Jon R. Katzenbach e Douglas K. Smith). 13 maio / 2024. https://gepadm.blogspot.com/. Acesso em: <...>.


Baixe o arquivo aqui.


+++


A resenha em pauta analisa a obra Equipes de Alta Performance (The Discipline of Teams): Conceitos, princípios e técnicas para potencializar o desempenho das equipes, de autoria de Jon R. Katzenbach e Douglas K. Smith. Katzenbach é escritor e consultor internacionalmente consagrado e muito requerido para palestrar em vários países. Após trabalhar vários anos como sócio-sênior na McKinsey, abriu sua própria consultoria, Katzenbach Partners. Katzenbach escreveu, em coautoria com Smith, The Wisdom of Teams, e é também autor de Os Verdadeiros Líderes da Mudança, e Equipes Campeãs, publicados pela Editora Campus. Smith, por sua vez, é escritor e consultor internacionalmente consagrado e especialista em desempenho, inovação e mudança organizacional. Escreveu Make Success Measurable, The Wisdom of Teams e Fazendo a Mudança Acontecer, publicado pela Campus/Elsevier. Pois bem! Avante!7


Inicialmente, destaca-se: “Disciplina é sabedoria.” E, logo a seguir, frisa: “A característica mais importante das equipes é a disciplina e não a união, o contato ou o empowerment.” Nesse sentido, expõe-se que, por certo, o melhor exemplo de desempenho de pequenos grupos ocorre nos fuzileiros navais dos EUA (USMC). Trata-se de um grupo disciplinado, orientado por valores. Referida disciplina estimula equipes de liderança do pelotão de fuzileiros. Como exemplo, o uso da linguagem também é relevante nesses grupos militares. Os integrantes da equipe não se referem a si mesmos na primeira pessoa do singular (Eu); mas, sim, “este recruta”. Isto para ter o senso de equipe. Nessa toada, em outras verdadeiras equipes, deve-se usar o vocábulo “Nós”.


Adiante, os autores expõem que John Byrne, da revista Business Week, conceituou as equipes como “o componente essencial das empresas do futuro”. Então, afirmam que, na  obra The Wisdom of Teams, procuraram auxiliar executivos a tirar proveito das equipes como unidades de desempenho e não como projetos de RH direcionados a propagar envolvimento. Contudo, atualmente, o contexto é diverso, explicam. Na realidade, equipes e sua formação consistem em um acessório para a prática da boa administração (planejamento, elaboração de orçamentos, avaliações de desempenho, as estratégias, a TI e outros elementos do planejamento organizacional).


Outra tendência relevante, que será abordada, se trata das equipes virtuais. Com razão, ultrapassam barreiras geográficas, culturais, de linguagem e de fuso horário bem maiores do que antes.


“Compreender o valor e o potencial de equipes tem se mostrado muito mais fácil do que aplicar a disciplina exigida para que a equipe apresente resultados.”, refletem.


Assim, lecionam que pequenas equipes apresentam melhores resultados. E também que: “a responsabilidade individual ainda é importante, mas a menos que seja associada à responsabilidade mútua e a níveis comuns de comprometimento para atingir resultados coletivos, não há como obter rendimento das equipes.”


Igualmente, apontam que as disciplinas de equipe e líderes individuais objetivam alcançar o desempenho de pequenos grupos. Também indicam que as unidades de desempenho disciplinadas se diferenciam de grupos eficientes, comumente rotulados de equipes, quando, na verdade, apenas têm “uma interação adequada” e “uma dinâmica de grupo eficaz.”


Realmente, uma das principais crenças dos autores é: “a de que um objetivo comum de desempenho é muito mais motivador para equipes eficientes do que o desejo de ser uma equipe. O mesmo se aplica à disciplina do líder único: objetivos de desempenho associados à responsabilidade individual motivam muito mais o desempenho do pequeno grupo do que o desejo de obter oportunidades e mérito individual.” (grifos dos autores)


Os autores, assim, pontificam que pequenos grupos que frisam “o desempenho farão diferença entre as metas que justificam o emprego do método do líder único das que justificam o uso do método de equipe.” Como consequência, é mais possível que os componentes do pequeno grupo constituam e mantenham relacionamentos de trabalho pautados pela confiança, em detrimento de grupos ávidos por relacionamentos, sentimentos e funções.


Em frente, os autores apontam que, no momento em que o grupo elege a disciplina de equipe, seus olhos voltam-se ao desempenho, que o guiará na aplicação dos 06 princípios básicos da disciplina de equipe, como foi conceituada em The Wisdom of Teams: “... um pequeno número de pessoas com habilidades complementares comprometidas com objetivos, metas de desempenho e abordagens comuns pelas quais se sentem mutuamente responsáveis.”


Desse modo, é necessário distinguir grupos eficientes e adequados de unidades de desempenho disciplinado. Assim, é necessário também: “converter objetivos ambíguos baseados em atividades em metas específicas baseadas em resultados.”


É preciso dominar não uma, mas duas disciplinas: 1) disciplina de equipe; e 2) disciplina do líder único. Além disso, é de fato mais do que mero instinto… Isso sem deixar de lado “a autoridade de liderança e responsabilidade individuais.” É importante também integrar e equilibrar as duas disciplinas. 


Por um lado, quanto à disciplina do líder único, esta órbita ao redor de um líder, que, em geral, depois de consultar o grupo , firma o propósito e o motivo fulcrado em desempenho para o trabalho em grupo, tomando as decisões, estipulando as contribuições individuais necessárias, bem como o padrão de comunicação do grupo, além de definir os requisitos de sucesso e como e quando avaliar o progresso. No que se refere à disciplina de líder único, “Por mais útil, valiosa e antiga que a disciplina do líder único seja para o desempenho de pequenos grupos, ela não é a única ou sempre a melhor forma de gerenciá-los.” 


Assim, por outro lado, a “disciplina de equipe, que requer liderança compartilhada e responsabilidade mútua, é a alternativa.” No momento em que “se aplica a disciplina de equipe com eficiência, o grupo e não o líder formal, define os princípios de desempenho e o propósito do trabalho em grupo e determina as contribuições individuais e coletivas necessárias e o padrão de comunicação. O grupo também define os pré-requisitos para o sucesso e como e quando avaliar o progresso.”


Com efeito, os grupos eficientes meramente interagem bem, enquanto unidades de desempenho aplicam a disciplina para ter êxito.


De um lado, quando um pequeno grupo puder demonstrar desempenho por intermédio da soma combinada de contribuições individuais, a disciplina do líder único consiste na escolha mais eficaz. 


Por outro lado, havendo necessidade de contribuições coletivas, além dos esforços individuais, o grupo precisa aplicar a disciplina de equipe.


Em se tratando de produtos de trabalho coletivos não podem ser atingidos por sujeitos que trabalham sozinhos. Desse modo, o valor do produto do trabalho coletivo pode ser significativo. Tal é a razão pela qual as equipes superam o desempenho das unidades de líder único.


Vale dizer que os produtos do trabalho coletivo surgem “da participação ativa de duas ou mais pessoas no trabalho, cada qual colaborando para produzir valor não atingível por nenhum deles individualmente.”


Com razão, o produto de um trabalho coletivo precisa “da combinação de habilidades, talentos e opiniões de vários membros da equipe.” Daí as habilidades complementares. E ainda: “o líder não pode criar o produto simplesmente por meio da mera combinação de esforços individuais de várias pessoas.” Realmente, “Os integrantes devem arregaçar as mangas e trabalhar juntos (seja ao redor de uma mesa, pelo telefone ou via Internet.)”


Neste momento, passamos a abordar a formação de equipes virtuais, em que trabalhamos juntos à distância.


Há equipes que precisam trabalhar juntas por locais físicos longínquos em fusos horários diversos. Então, as equipes necessitam das habilidades de uma “equipe virtual”, tanto humanas quanto tecnológicas. Na época em que a obra foi escrita, os autores mencionam as teleconferências, chats virtuais por vídeos e áudios, dentre outros. Porém, aqui cabe uma ressalva. Hoje, numa época pós-pandemia, a tecnologia das comunicações corporativas avançou muito. De fato, hoje há diversos softwares e ferramentas digitais, que permitem o diálogo e a interação entre pessoas locadas em diferentes locais geográficos e em diferentes fusos horários.


Realmente, virou rotina pequenos grupos de dois ou mais locais e fusos horários se reunirem para trabalhar juntos. Como os autores mencionam, tais grupos devem contar com intranet, Internet, tele e videoconferências e fax, bem como software que forneça suporte a atividades como gerenciamento de projetos, compartilhamento de documentos, além de síntese de gerenciamento de informações. Os autores classificam tais tecnologias como “tecnologia de grupo de trabalho ou, mais simplesmente, groupware.”


“As crescentes diversidade e capacidade do  groupware possibilitam  e tornam prática a formação de equipes virtuais, quando não inevitável.”, afirmam os autores. Todavia, prosseguem: “A tecnologia por si só, porém, não explica o rápido crescimento das equipes virtuais.” Em resumo, o local de trabalho atual se encontra bem distante das linhas de montagem e dos escritórios do passado. Com efeito, há 20 anos quase todo o trabalho feito por pessoas nas empresas era função de processos rotineiros determinados por estruturas, regras e programas formais. Atualmente, boa parte do trabalho ainda espelha tais elementos formais, mas acontece com a mesma frequência no âmbito de projetos especiais mais flexíveis, ad hoc, e não rotineiros.


Pelo fato de as empresas não ficarem limitadas a funcionários inseridos no mesmo local ou fuso horário, o trabalho exercido por pequenos grupos aliado à tecnologia levou ao aumento de trabalhadores de projetos. Assim, os diversos desafios do trabalho de projetos elevaram a demanda pelo ofício efetuado pelos pequenos grupos.


Importa dizer que, hodiernamente, as equipes virtuais permeiam todas as empresas e instituições. De fato, a quantidade de trabalho virtual se dissemina muito rápido. Os autores explicam que o ofício virtual quer dizer tarefas e atividades “que ocorrem na atual e vasta rede da eletrônica, das telecomunicações e da tecnologia da informação.”


“A tecnologia voltada para grupos de trabalho permite quie ocorram interações em espaços de tempo que se adaptam à conveniência e aos diferentes padrões de trabalho dos funcionários.”, informam os autores.


Aqui cabe uma relevante observação! As duas disciplinas: 1) disciplina de equipe; e 2) disciplina do líder único - aplicam-se em conjunto às equipes virtuais. Seriam assim diferentes para equipes virtuais? E a resposta, como dito, é não!


No contexto, há a importância de dedicar algum tempo a reuniões diretas, para atingir bons resultados. Com razão, o “tempo passado junto no início das atividades e também quando desafios ou questões críticas exigiam esse tipo de reunião foi especialmente valioso para a equipe.”


Todavia, “não houve mudanças na disciplina básica de equipe que consiste em um pequeno número de pessoas dotadas de habilidades complementares mutuamente responsáveis em relação a um objetivo e metas de desempenho comuns e a uma abordagem de trabalho escolhida de comum acordo, tampouco nos três testes definitivos para determinar quando empregar a disciplina de equipe: (1) metas de desempenho que exigem produtos de trabalho coletivos, (2) funções intercambiáveis entre líderes e integrantes e (3) responsabilidade mútua e individual. Esses imperativos resistem aos testes de tempo, distância e tecnologia.”


O ponto de vista dos autores é fulcral: “a tecnologia possibilita ambas as disciplinas, mas não substitui nenhuma das duas.” Nesse rumo, os “fundamentos do desempenho do pequeno grupo continuam os mesmos”, afirmam. A questão é quando usar uma ou outra disciplina, ou ambas em conjunto.


Outro ponto importante se trata que resultados - e não atividades - orientam as decisões a serem tomadas. Para isso, é necessário “saber o que é o sucesso…”

“A eficiência de pequenos grupos começa ao se escolher de modo consciente quais desafios de desempenho se adaptam melhor à disciplina de equipe ou à disciplina do líder único.” Como vimos, “equipes virtuais e não-virtuais devem fazer as mesmas escolhas básicas.” Vimos também que os “grupos de melhor desempenho sobressaem-se por integrar as duas disciplinas”, pontuam os autores.


A seguir, dizem: “Segundo nossa experiência, quanto maior a exatidão com que os grupos descrevem seus desafios e metas de desempenho, mais sucesso terão em fazer a melhor escolha entre as disciplinas de equipe e de líder único.”


Então, esclarecem que quando não há um embasamento que suporte a formação de equipes, as pessoas atuam como se as duas disciplinas não fossem diferentes. Isso leva com rapidez à formação de unidades de concessões mútuas, pequenos grupos que não aplicam nenhuma das disciplinas. Para coibir isso, “os grupos precisam trabalhar muito para esclarecer, especificar e enriquecer sua compreensão e articulação de desempenho, assim como os resultados e o padrão de mensuração que determinam o sucesso.”


Os autores reforçam que se deve articular e usar “metas baseadas em resultados e não metas baseadas em atividades, ao optar entre a disciplina de equipe e de líder único.” (grifos dos autores).


Exemplos de metas baseadas em atividades: “criar uma cultura voltada para o mercado”; e “pesquisar o que o cliente quer”.


Exemplo de meta baseada em resultados: “reduzir as reclamações dos clientes em nossas quatro linhas de produtos mais importantes em 20% até o final do ano” (grifos dos autores)


Adiante, os autores observam que o aprimoramento das comunicações se trata de uma atividade que necessita melhoria, como parte da remodelagem ou reestruturação do processo do novo produto.


Há 05 critérios para que o grupo trabalhe com metas focadas em resultados: 1) seja específico; 2) busque o mensurável; 3) seja agressivo mas exequível; 4) busque o relevante; 5) atente para o tempo e prazos.


Neste ponto, abordaremos dois casos hipotéticos, levantados pelos autores.


Para os autores, numa primeira versão, em uma hipótese em que 05 novos gerentes possam alcançar a meta, bem como desenvolver novas habilidades pela soma dos melhores desempenhos individuais: “a disciplina do líder único e a de equipe se beneficiam de comportamentos grupais eficientes, como o compartilhamento das melhores práticas, críticas construtivas, capacidade de ouvir atentamente e reforço positivo.”


Já para os autores, em outra versão: o grupo de 07 gerentes quase certo terão que aplicar a disciplina de equipe. Nessa linha: a “identificação dos trade-offs essenciais, assim como os fundamentos para fazer escolhas, são o tipo de produto de trabalho coletivo e resultado incremental que exige integração em tempo real das múltiplas habilidades e perspectivas dentro do grupo.”


Finalmente, os autores concluem: “Observe que os executivos seniores dessa empresa podem optar responsavelmente pela Versão 1 ou Versão 2 como sua meta. Cada qual apresentará seu objetivo geral. Sem o árduo trabalho de articular essas metas baseadas em resultados, contudo, eles realmente não têm outra base que não o instinto para escolher entre as disciplinas de equipe ou líder único. E, se discutirem a formação de equipe apenas no contexto de sua meta baseada em atividades, a de ‘formar habilidades de gerenciamento geral’ cairão na armadilha de dizer uns aos outros: ‘Temos mesmo que formar uma equipe para que isso aconteça!’”


Quanto aos programas de desempenho para aplicar às duas disciplinas, deve-se lutar por integração e não por concessões mútuas. Nessa direção: “Os grupos não podem obter êxito se não tiverem flexibilidade e determinação para utilizar as disciplinas do líder único e de equipes conforme necessário para se ajustarem a diferentes tarefas de desempenho. O segredo, mais uma vez, reside em aprender a equilibrar as duas disciplinas em uma abordagem integrada”.


Desse modo, é preciso desenvolver e aplicar a ferramenta denominada programa de desempenho. Sua função é auxiliar pequenos grupos com vários desafios a entender metas e prioridades com clareza. Para tanto, é importante articular o objetivo geral da equipe. Então, dividir os objetivos em subdesafios. Assim, identificar as contribuições externas necessárias. Logo após, decida em que desafios irá alocar recursos. Com isso, trace uma linha clara entre recursos alocados e não-alocados.Adiante, escolha a melhor disciplina para cada desafio. Finalmente, monitore o desempenho e faça ajustes


Nessa estrada, cumpre preparar-se para reuniões e sessões de trabalho. Há basicamente dois tipos de reuniões. O primeiro em que se respeita o tempo, o início e o fim, tendo reuniões produtivas. O segundo em que não se respeita o tempo, não tendo um objetivo ou uma agenda clara para a reunião, em que as discussões se perdem. Assim, deve-se “planejar reuniões e sessões de trabalho que se ajustem a diferentes tarefas e desempenhos obrigatórios.” Em síntese: “são necessárias diferentes sessões de trabalho para diferentes tipos de produtos de trabalho.” 


Para planejar uma reunião e obter êxito, é preciso: 1) definir o objetivo da reunião em termos de desempenho; 2) preparar duas listas de problemas e assuntos, o que pode ser feito por uma sessão de braimstorming.


Neste instante, trataremos da aplicação da disciplina de equipe. Esta não dá certo, não tem o desempenho de uma verdadeira equipe, com um grande número de integrantes, pontuam os autores. Além disso, os integrantes devem possuir habilidades complementares. Para corporificar tais habilidades, é preciso: 1) atribuir tarefas: “O veículo de aprendizado mais poderoso é o próprio trabalho.”; 2) produzir o trabalho coletivo; 3) avaliar o progresso em relação às metas de desempenho; 4) usar colaboradores ad hoc. Algumas vezes, as equipes precisam de colaboradores especiais ou muito especializados; 5) treinamento e instrução. A capacitação e desenvolvimento de habilidades devem se focar nas verdadeiras necessidades de desempenho de quem treina e nos objetivos e metas da equipe. Assim, as metas devem ser claras e específicas, com sessões personalizadas, buscando solucionar problemas; e 6) dar feedback pessoal, construtivo, positivo. 


Ainda com relação à aplicação da disciplina de equipe, deve-se ter um objetivo claro, exequível, e metas específicas e mensuráveis, bem como uma abordagem de trabalho comuns. Aqui se diferencia comum de consenso. Ou seja, deve-se integrar para retirar o melhor de pontos de vista opostos. Nesse sentido, “trabalhar para integrar o melhor dos pontos de vista opostos é mais eficiente do que buscar um consenso ou chegar a um acordo.”, refletem os autores.


Qual o desafio das equipes? Os autores respondem: “está em aprender com os desacordos e encontrar energia no conflito construtivo e não ser destruídas por eles.” E avançam: “Trabalhar para integrar o melhor de pontos de vista opostos exige que as equipes aprendam que orientações comuns e compartilhadas, metas claras e abordagens de trabalho disciplinados não necessitam de acordo intelectual e emocional total. Em vez disso, uma equipe partilha seu objetivo, suas metas e sua abordagem de trabalho quando seus integrantes cumprem duas condições: (1) compreensão compartilhada demonstrável que gera respeito mútuo e (2) diálogos integrados que conduzem a melhores escolhas.” Dessa forma, para concretizar isso, é preciso um objetivo comum, uma abordagem de trabalho comum. 


Também com relação à aplicação da disciplina de equipe, deve-se ter, ao mesmo tempo, responsabilidade mútua e individual. É necessário saber quem é o responsável. 


Nessa toada, os autores expõem: “O problema está em que muitos dos desafios mais críticos atuais não podem ser superados por meio da soma dos melhores esforços e habilidades individuais. Precisa-se, em seu lugar, dos produtos do trabalho coletivo.”


Dessa maneira, tais produtos requerem relevantes contribuições, que possuem 03 características:” (1) duas ou mais pessoas com habilidades múltiplas trabalhando em conjunto; (2) funções de liderança intercambiáveis; e (3) responsabilidade conjunta ou mútua pelos resultados que não podem ser obtidos sem que mais de uma pessoa responda por eles.” Além disso, um “produto de trabalho coletivo também requer alguma medida de responsabilidade individual.”


Para isso, é necessário vencer a resistência à integração, criar um senso de responsabilidade mútua, não perpetuar papéis inflexíveis, não permitir que o direito de se manifestar se torne uma função hierárquica, não atribuir tarefas com base no título do cargo, não criar privilégios especiais para os integrantes, não esperar que o líder tome todas as decisões-chave, não permitir que as personalidades fortes dominem, não permitir que os tímidos se retraiam e não deixar de disciplinar integrantes problemáticos e não-colaboradores. 


“Metas, padrões de mensuração e marcos são apenas o primeiro passo para assegurar a responsabilidade mútua; eliminar os fatores que a destroem também é obrigatório.”, apontam os autores.


A seguir, traz-se sinais de perigo ou advertência de que problemas estão por perto: 1) a maioria das tarefas é designada individualmente; 2) discussões entre duas pessoas prevalecem nas reuniões; 3) o único padrão de mensuração do grupo consiste em números financeiros, e o grupo é firmado por seu orçamento; 4) todas as reuniões seguem agendas e cronogramas rígidos; 5) o líder formal executa pouco do trabalho coletivo; e 6) o grupo nada acrescentou às diretrizes apresentadas pelo responsável.


Neste momento, abordam-se os obstáculos e as oportunidades para a formação de equipes virtuais, de modo que groupware não quer dizer, necessariamente, teamware.


“Do lado positivo, o groupware pode ajudar as pessoas em locais e fusos horários diferentes a colaborar mais eficientemente umas com as outras sem criar dificuldades insuperáveis de gastos, viagens e programação. Os grupos também podem gravar seu trabalho com maior facilidade do que antes. Eles podem incluir novos membros e colaboradores ad hoc no objetivo, nas metas, na abordagem e progresso do grupo. Integrantes de qualquer parte do mundo podem conectar-se a salas de equipes virtuais que personificam e melhorem a qualidade, a eficiência e a eficácia do trabalho do grupo.”, refletem os autores.


“Por outro lado, o groupware apresenta vários e diferentes desafios. Na verdade, só o fato de fazer as pessoas usarem as opções de groupware apropriadas pode representar um desafio em si. E existe o potencial lado negro da tecnologia. Histórias de horror sobre proliferação de vírus por e-mail talvez sejam o exemplo mais conhecido do que pode acontecer à interação humana quando a tecnologia foge ao controle.” Há outros desafios, mas para efeitos deste trabalho citamos somente esse.


Agora, caminhando ao final, trata-se de como se livrar das dificuldades. O percurso para “tirar equipes de dificuldades” se encontra cheio de “boas intenções”. Há grupos que firmam metas ambiciosas e se esforçam para aplicar os fundamentos da disciplina de equipe, encontrando vários obstáculos. O modo mais fácil de evitar isso é só ignorar os fundamentos de equipe e expor a união como uma vitória. Com isso, não atingem o desempenho de equipe. Ainda apesar de se rotular como uma equipe, usam a disciplina do líder único. Contudo, ao se deparar com um relevante desafio, que precisa da disciplina de equipe, a do líder único não atende ao propósito.


“O fato positivo é que entrar em dificuldades pode ser uma das melhores coisas que acontece a uma equipe, por três motivos: (1) os integrantes aprendem muito um sobre o outro e seu desafio durante o esforço conjunto; (2) superar o obstáculo cria confiança e fortalece o comprometimento entre os integrantes; e (3) o grupo aperfeiçoa habilidades e enriquece sua abordagem de trabalho para lidar com futuros obstáculos.”, ponderam os autores.

Simultaneamente, as equipes que têm problemas por muito tempo se deterioram e se autodestroem. Para coibir isso, é importante compreender: “1) Por que as equipes ficam em dificuldades, para começar; 2) Opções para sair das dificuldades, deixando a solução para seus integrantes; 3) Opções para sair das dificuldades com intervenção externa; 4) Quando e como pôr um fim nas atividades da equipe que não consegue resolver seus problemas.”


Nesse trajeto, as principais razões para que as equipes enfrentem obstáculos são:1) metas indefinidas; 2) atitudes incorretas; 3) falta de habilidades complementares; 4) mudança precipitada de integrantes; 5) pressões de tempo e prazos; 6) falta de disciplina e comprometimento.


Quanto às opções para encontrar soluções, o ponto de partida pode ser reexaminar os fundamentos da formação de equipe e fazer uma simples avaliação de grupo, para identificar lacunas de disciplina. Para isso, é preciso: 1) entender bem o objetivo de desempenho da tarefa; 2) que as metas sejam de resultados e não de atividades; 3) que a abordagem de trabalho da equipe esteja clara para todos; 4) que o grupo disponha das habilidades complementares necessárias; 5) que o grupo tenha uma forma clara de firmar critérios de responsabilidade mútua; e 6) que as equipes virtuais tirem todo o proveito de sua capacidade e potencialidade.


Um novo exame dos fundamentos básicos, em geral, elucidam eventuais deslizes, indicam os autores. Todavia, caso esse exame não solucione o problema, o grupo deve refletir em uma avaliação com mais rigor da situação.


“A auto-avaliação e a autocorreção são mais úteis quando a tarefa de desempenho, conforme definido pelas metas baseadas em resultados e detalhes da abordagem de trabalho, for avaliada com rigor e separadamente do padrão de comportamento da equipe”, apontam os autores.


Os autores prosseguem: “Infelizmente, na maioria das auto-avaliações, comete-se o erro de supor que o comportamento de equipe é sempre melhor, isto é, que uma verdadeira equipe será, de alguma forma, a resposta correta para qualquer desafio de desafio de grupo.”


Outra opção seria a revisão de sua agenda, para obter metas de desempenho mais exequíveis.


Uma alternativa terminal para se livrar de obstáculos requer que se lide com integrantes problemáticos.Nesses casos, deve-se substituí-los ou achar formas de avançar, apesar dos ineficientes. 

  

Por outro prisma, há casos em que a intervenção externa pode ser uma boa opção, para livrar a equipe das dificuldades. Isto é, incluir novos membros na equipe, que tenham as habilidades necessárias, para atingir as metas e os objetivos do grupo.


Finalmente, é necessário, segundo os autores, “saber quando prosseguir e quando parar.” A seguir, apresentam-se sinais de que a equipe está em dificuldades e acabada: 1) “um líder que não pode renunciar ao controle e não pode ser substituído”; 2) “membros de equipe recalcitrantes que não podem ser deixados de lado ou substituídos”; 3) “um ou mais integrantes da equipe cujo principal comprometimento não está relacionado à tarefa do grupo”; 4) “um desafio que não exige nenhum produto de trabalho coletivo; 5) incapacidade de formar ou obter habilidades essenciais”; 6) “integrantes com habilidades essenciais que não podem liderar o grupo”; 7) “pressões de tempo que não apresentam resultados”.


Em resumo, “não tem sentido bater a cabeça contra a parede. Qualquer uma das condições acima pode impedir níveis de desempenho compatíveis com os de uma verdadeira equipe. Assim que você se convencer de que uma dessas condições existe sem esperanças de mudança, é hora de pôr fim às atividades de equipe e passar a outros métodos.”, refletem os autores.


Portanto, a “sabedoria das equipes continua a ser a disciplina de equipe.” Em outras palavras, “a sabedoria de equipe é aplicar a disciplina correta no momento certo.” Na realidade, “é muito mais fácil falar do que fazer.” É mais simples o grupo eficiente, rotulando-se de equipe, ao invés de tentar: 1) firmar um objetivo de desempenho claro; 2) acordar acerca de metas baseadas em desempenho; 3) achar uma abordagem de trabalho que integre habilidades e alterne papéis de liderança; e 4) encontrar formas práticas de fazer com que todos sejam mutuamente responsáveis. Tais desafios exigem árduo trabalho.


Numa verdadeira equipe, o instinto raramente produz um desempenho desejável, em que as escolhas a serem realizadas devem ser conscientes. Conforme frisado, “sabedoria e disciplina são importantes.”


“Pequenos grupos, potencialmente as unidades de desempenho mais versáteis de qualquer empresa, farão uma diferença cada vez maior em instituições de desempenho superior.” O motivo é claro: “líderes em todos os níveis na maioria das empresas bem administradas já dominam a disciplina do líder único.” “Eles reconhecem que uma unidade disciplinada terá melhor desempenho que um grupo eficiente.”


Outrossim, a chegada da tecnologia direcionada para o trabalho em grupo facilita bastante a “abordagem do líder único.” Como resultado, o desempenho de equipe permanece como uma das oportunidades menos usadas para se alcançar os níveis de desempenho cada vez mais elevados, exigidos pela concorrência. Os autores sedimentam: “Vale a pena integrar a capacidade de desempenho de uma verdadeira equipe a uma abordagem de liderança mais equilibrada.” 


É importante, portanto, cumprir os 04 objetivos seguintes:


  1. firmar uma nítida diferença entre grupos eficientes e verdadeiras unidades de desempenho e decidir com consciência se e quando a última é necessária;

  2. reconhecer o valor de cada uma das 02 disciplinas “que caracterizam as unidades de desempenho e aprender os pontos positivos de cada uma e como se pode identificar quando e onde aplicá-las.”;

  3. praticar “a avaliação dos desafios de desempenho com frequência e escolher entre as duas disciplinas a fim de dominar a capacidade de aplicar a disciplina de equipe em conjunto com a de líder único.”;

  4. compreender “que impacto a tecnologia de trabalho em grupo exerce sobre o desempenho de pequenos grupos e aprender como fazer com que o groupware trabalhe em seu benefício.”


Como dito, é mais fácil descrever e entender isso do que praticá-lo. Pode ser um exagero afirmar que “a prática leva à perfeição”, afirmam os autores. Porém, é verdade que “a prática gera disciplina”, complementam. Os autores relembram que os fuzileiros navais americanos usam “a disciplina para formar o orgulho e a capacidade de desempenho de equipe para se tornar o que acredita ser a melhor força de combate.” Isso significa que a maior parte de seu empenho é focada na prática para se estar preparado para as poucas guerras reais em que terão de lutar. Os fuzileiros praticam: “manobras, táticas, cenários de campos de batalha, além de diferentes configurações de equipe e líder único. Prática, prática, prática, até que as disciplinas de unidades de desempenho estejam arraigadas em todos os soldados.” Como consequência, “quando forem confrontados com os horrores da batalha, eles aplicam a disciplina apropriada no lugar correto no momento oportuno.”


Os autores sintetizam: “Não esperamos que a maioria dos pequenos grupos atinja os níveis de desempenho disciplinado do exército. Acreditamos, contudo, que sua habilidade em conseguir um desempenho de equipe e de líder único onde é importante melhorará com a prática.”


Finalmente, concluem: “Também reconhecemos que muitos de vocês precisam atuar em ambientes de trabalho que criam obstáculos para sustentar o equilíbrio adequado entre as duas disciplinas. Todavia, estamos convencidos de que as melhores organizações, mais eficientes e adaptáveis são e sempre serão orientadas por líderes de todos os níveis que insistem em obter uma integração do desempenho individual, de equipe e de líder único. Consequentemente, no emergente mundo do desempenho de pequenos grupos, a sabedoria é disciplina e disciplina é sabedoria.”


Terra | Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025?

  Saiba mais ! Boa leitura!